È impossível
eliminar todos os riscos à nossa volta. O melhor que podemos fazer é eliminar
alguns e minimizar o máximo possível outros. Uma pessoa que tenha que dirigir
em estradas asfaltadas e escorregadias em dias chuvosos, não pode eliminar os
riscos devidos à tração deficiente ou a má visibilidade, mas pode minimizá-los.
Em primeiro
lugar não deve usar pneus lisos, deve verificar se os limpadores de pára-brisa
estão funcionando bem e outros acessórios para uma eficaz operação. Quando
chegar à estrada, a pessoa deverá ser cautelosa, procurando uma velocidade
compatível com aquelas condições de tráfego. Ela abaixará as janelas
freqüentemente para diminuir o embaçamento. Deverá manter a distância maior de
outros veículos. No geral, a pessoa deverá intensificar suas táticas de direção
defensiva, esperando pelo pior, mas sempre procurando dar o melhor de si para
que não ocorra acidentes. O que tudo isto tem a ver com a preparação de áreas
seguras de trabalho? Tem tudo a ver. É exatamente isto que é a preparação de
áreas de trabalho, ou seja, a eliminação ou minimização dos riscos. Na verdade
o programa inteiro de prevenção de acidentes é apenas isto. Eis aqui um outro
exemplo comum: Uma escada numa residência de dois andares é essencial, por
razões óbvias. Muitas pessoas morrem ou ficam feridas todos os anos em
acidentes em escadas. Naturalmente a escada não pode ser eliminada, mas os
riscos podem ser minimizados. Para tanto providenciamos corrimão na altura
recomendada, pisos aderentes, inclinação, quantidade de degrau recomendado,
espaçamento entre degraus e altura dos degraus dentro das normas e iluminação
apropriada. Além disto, devemos treinar as crianças para usar escadas com
segurança, subir e descer um degrau de cada vez, usar o corrimão e não correr.
Agora esta escada pode ser usada com segurança relativa. Suas condições de
riscos foram minimizadas e a conscientização através do treinamento apropriado
às crianças deve eliminar os atos inseguros. Vejamos como estes princípios se
aplicam em nosso trabalho. Suponha que temos um projeto que exija de nós
reparos em instalações subterrâneas num cruzamento de rua movimentado. A quebra
do asfalto e a abertura de um buraco certamente apresentam muitos riscos que
não podem ser eliminados.
Mesmo que seja
um trabalho de emergência, ele deve ser planejado e avaliado antes de ser
iniciado. Todos os membros da equipe de trabalho são responsáveis pela
identificação e análise dos riscos inerentes àquela atividade. Todos devem ser
protegidos o máximo possível como o público externo, as propriedades públicas,
os vizinhos e cada membro da equipe. Como nosso trabalho irá interferir no
tráfego de veículos e pedestres, temos de iniciar definindo nossa área de trabalho.
Os motoristas devem ser alertados antecipadamente de que há um grupo de pessoas
executando um trabalho à frente. Como não podemos eliminar os riscos do
tráfego, o melhor que podemos fazer é torná-lo mais lento. Reduzir a velocidade
contínua dos veículos não apenas permite a continuidade do trabalho e melhora a
segurança, como também melhora as boas relações com os vizinhos. Após
estabelecermos um padrão seguro para o tráfego, após termos criado proteção aos
pedestres naquele local, ainda assim teremos de lidar com os riscos envolvidos
na tarefa. Muitos dos riscos com os quais defrontamos podem ser eliminados,
outros podem ser minimizados. A utilização de equipamentos como o capacete,
luvas, óculos de segurança, protetores faciais, máscaras, enfim, aqueles
equipamentos dimensionados pela segurança como importantes para sua proteção,
eliminarão os outros riscos nesta atividade.
Porém, todo o
aparato de proteção existente não impedirá atos inseguros daqueles que querem
desafiar a própria segurança. Cada um de nós é responsável por seu próprio
desempenho na segurança do trabalho.
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